sexta-feira, março 14, 2014

cores de dia oito


se houve, eu nem guardei um rasto
nem vermelho de sangue
nem o negro que dizem ser da morte

o que guardei, além de risos e labutas,
 o que guardei foram outras cores 
o azul do céu
(tão azul que estava o céu naquele dia oito!)
e o amarelo dos limões 
correndo, como diz a canção 
e, mais que tudo, guardei o branco
esse branco imaculado que encandeia 
e nos lava a alma 

nem vermelho de sangue
nem negro de morte
naquele dia oito de uma Primavera anunciando-se


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